O Leão

Imagem do Pinterest


Me persegues, mesmo sabendo que logo me alcança, eu não evito correr.
Me cercas, embora cheio de medo, sei que é para me salvar.
Não consigo imaginar o tamanho do sacrifício do Leão, dando a sua vida para quem não valoriza está dádiva.
Eu quero tocar o Leão, mas o peso da minha traição me impede de alcançar.
Eu corro dos meus inimigos em um caminho de águas cristalinas onde eu posso vislumbrar. Me deparo com mim mesmo, sendo minha própria ferida, pronta para mais uma vez me sabotar.
Eu olho pro reflexos e a corrente que borra a minha imagem me faz querer desacreditar.
Eu quero tocar o Leão mas meus pés doem, estou sem forças de lutar.
Antes ele me perseguia, hoje só tenho o seu silêncio. O temor de outras horas sinto falta de tentar evitar.
Me encontro agora encurralada, em minha culpas e ao Leão eu começo a gritar.
Um rugido estridente, quebrando minhas cadeias e orgulho fazem meu coração saltar. É o meu amado, querendo me levar pro lugar secreto, pelo seu amor – o lado que eu não compreendo – me tornando corajosa e dando força pra finalmente tocar o Leão.

Apaixonada por Palavras

Foto autoral

Hoje eu li várias crônicas de um livro que ganhei ( esse na foto acima). Carinhosamente quem me presenteou não sabia o quanto eu sentia falta de escrever. Quanto tempo coisas boas não me inspiravam mais!? Não lembro!
Graças a Deus por ter tocado no coração de quem me presenteou pois cada crônica lida a inspiração só vem aumentando e ampliando sobre o que eu escrevo.
Eu escrevo à moda antiga. Posso dizer que sou uma escritora cheia de rituais de escrita: todo ano eu compro uma agenda de um determinado personagem. Escrevo exatamente no dia em que a inspiração vem e se não couber na folha, escrevo nas páginas para trás, não importa se tem folhas em branco na frente. 
Se a minha agenda não estiver por perto eu escrevo aonde tiver espaço em branco, como contas, guardanapos...não é a toa que vivo cheia de papéis avulsos dentro das minhas coisas. Enfim, o que for e estiver disponível  para depois passar a limpo.
Teve um ano que comprei uma agenda de outro personagem, e até algum tempo atrás, foi o ano que eu menos escrevi (Coincidência? Expliquem essa, ateus rs).  Depois disso nunca mais mudei de agenda. Quantos rituais só pra "devaneiar" não é mesmo!?
Eu percebi de alguns tempos pra cá que deixei de escrever . Não era mais culpa da agenda. Tinha algo acontecendo dentro de mim. Percebi uma mistura de falta de autoestima criativa com a correria de uma vida adulta cheia de responsabilidades.
Antes eu escrevia sobre amores: aos que me deram pé na bunda, aos que eu cansei de esperar. Eu escrevia também sobre aquele que é o meu par. As dores do amor eram curadas através da minha paixão por palavras.
Hoje tanto as questões  escritas quanto as pessoas andam tão egoístas que se eu fosse escrever seria um livro com o titulo de "O Muro das Lamentações".
A vida adulta tem disso: nos desperta dos nossos devaneios para a dura realidade.
Eu despertei para a minha paixão, para a minha terapia alternativa. Quem sabe esse presente não foi o bálsamo para as minhas feridas da vida.
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