Ele mora logo ali




Ele mora logo ali, do outro lado da cidade separada por uma ponte. E a ponte que nos separava é a mesma que nos uni. E foi na travessia daquela ponte que a vida dele cruzou com a minha.
E o vento e o clima trouxe a lembrança de que os muros que nos separava foram derrubados.
Ele mora logo ali, do outro lado do estado. Separado por quilômetros, por uma estrada. A estrada que afasta é a mesma que aproxima. Curioso como uma mesma pode ter via dupla. É o vento no rosto, enquanto eu pego a estrada, traz a memória e o cheiro que a cada quilômetro fica mais perto.
Ele mora logo ali, em outro estado. A saudade é quem me lembra de como tenho saudade de quando ele morava logo ali.
Mas ele ainda mora aqui, dentro do meu peito, na minha memória. A lembrança que eu não lembro de esquecer.
Ele ainda mora aqui,uma parte sua ficou, enquanto uma minha, ele levou.
Eu ainda vou dizer, do lado de fora da nossa casa, enquanto eu estiver observando ele lavar o carro, ou arrumar qualquer coisa, quando perguntarem aonde ele mora, eu responderei : "Ele mora logo ali, naquela casa. Onde todos os dias eu o vejo acordar."
Ele mora logo ali e todas as vezes que vai embora, eu fico a esperar. Ele, que mora logo ali!

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