A história da menina que não desanimou


"Lanna, a Gabi está com câncer." E essa foi a frase dita no iniciozinho do ano de 2013 que abalou do fio de cabelo até a unha do dedinho do meu pé. Você nunca espera que isso aconteça com alguém tão próxima de você. E eu murmurei: "Meu Deus, como pode?! Qualquer pessoa, mas a Gabi não. Ela não vai aguentar." E eu desacreditei naquele momento , no agir de Deus naquele momento e principalmente, na força da Gabi.
Levei dois dias pra me acostumar com a ideia que aquela palavra horrenda trazia e procurei e procurei a minha amiga pra saber como ela estava,tentar ajudar, ser forte, mesmo sem nenhuma palavra na cabeça.Sim, eu que tenho tudo na ponta da língua,não havia um "A" há dizer. Extremamente em choque, segui o caminho da minha casa até a casa da Gabi, pedindo a Deus que fosse mentira, apenas mais um boato de cidade pequena e infelizmente, não era.
Encontrei pai, mãe, irmão,tio,primo,cachorro, papagaio (tá, estou exagerando) abalados, porém, o que me chamou mais atenção  foi ver dentro daqueles olhos aflitos uma esperança tão profunda e uma força ,que com certeza, não vinha de dentro daqueles olhos, mas do alto.
Cheguei desacreditada, com medo e sem palavras. Sai acreditando  e com a certeza que, por trás daquela menina frágil que mandou mensagem perguntando como se fazia um brigadeiro ( tá passando vergonha em rede social HAHAHA), estava nascendo uma mulher com força e vontade, que apesar da carga que o nome e a carga que o câncer traz, ela ainda podia sonhar. Pra quê palavras quando segurar segurar a mão, mesmo que por inúmeros sms, é o que tem efeito terapêutico paliativo muito mais eficaz. Não precisei dizer nada. Com um abraço confirmei que estaria ao seu lado nessa experiência. E começamos a caminhar.
Foram meses longos e duros de quimioterapia,radioterapia e muita oração. E em nenhum desses meses, eu desacreditei na sinceridade daquele sorriso de quem acreditava em um final feliz. A gente ria, chorava, fazia piada com a doença e até o apelido fofo de "Biel" ela ganhou. Na verdade, a Gabi virou It Girl. Sim, porque seus lenços viraram febre na pequena e pacata ( e feia ) cidade de Peritoró.

 


Segundo definições da psicopatologia ( lá vem o psicologismo e BLÁ BLÁ BLÁ), estar doente , é se sentir, afirmar, OH MEU DEUS EU TO DOENTE ( tá, não foi psicologismo rs ). E com Gabriela não era assim. A naturalidade era tanta que grandes eram as pisadas de bola com assuntos fúteis, tipo : "Gabi, meu cabelo ta caindo muito ( emotion chorando), enquanto ela poderia ficar careca ( me perdoe amiga, é que tu tem uma amiga doida de pedra).
 


E o que eu achava mais impressionante é que ela não parava de sonhar e nem desanimou. É claro que o medo sempre dava a sua cara, mas só porque dizem por ai que o que faz o homem procurar viver é que ele sabe que a vida acaba e que todos tem medo de que algo aconteça.
A vida da Gabriela Felix me inspira e me faz acreditar  que tudo que acontece tem uma razão ( ela sabe sobre o que eu tô falando) e que tudo, absolutamente TUDO vale a pena, mesmo não entendendo os caminhos do destino no qual caminhamos, um dia chegamos onde devemos chegar. Chegamos!
 Hoje, a minha Magalli está completamente curada (POSSO OUVIR UM GLÓRIA A DEUS?!) e nenhuma sequela ficou. E pode até parece clichê - que seja, mas ...

 


 

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