Quando me chamavam de boneca, julgava em outro sentido - o de elogio. Hoje, eu me sinto realmente como tal.
Sinto-me como uma boneca de um grande colecionador: Ali, guardadinha estante pronta para ser admirada, apresentada como um troféu, boneca pra ser chamada de "sua". Verdadeiramente um objeto.
O colecionador pega a "sua boneca" quando quer, quando senti necessidade de 'brincar' de amor. Depois de ter a sua carência suprida, o tão amado colecionador coloca a sua frágil boneca no seu lugar, de onde ele nunca deveria ter tirado. De alguma forma, esse colecionado sempre acaba cometendo um deslize sutil, colocando a '' sua bonequinha'' de mal jeito, de uma forma que com todo o seu "peso", uma simples e leve brisa toca na boneca e ela cai quebrando o seu delicado rostinho de porcelana. Na verdade, com a brusca queda, o coração da boneca sofre fraturas irreparáveis e fica em pedaço miúdos.
Quando o colecionador senti a necessidade de suprir suas carências outra vez e encontrar a sua querida bonequinha de "vitrine" quebrada e por sua causa, ele irá tentar de todas as formas concertá-la, por os seus delicados pedacinhos no lugar... o que ele não perceberá é que o seu sacrifício é vão, já que ela poderá até ser colada, mas o rosto e o coração da boneca nunca mais será o mesmo.
E a BONEQUINHA CAIU. Mas ACORDOU!
Nenhum comentário
Postar um comentário